Xamanismos contemporâneos: aspectos dialógicos, performáticos, e estéticos

Coordenador(a): Esther Jean Langdon

Rede arte e Sociabilidades na Amazônia

O presente projeto enfoca a análise do conceito de “xamanismo” e o estudo da diversidade de expressões xamânicas existentes no mundo atual. Paralelamente, propõe-se a formação de uma rede internacional de pesquisadores e a realização de uma série de atividades acadêmicas, entre as quais, organização de fóruns de discussão, apresentação de trabalhos em eventos, publicação de artigos, colaboração na orientação de alunos, elaboração de projetos de pesquisa, participação em bancas e organização de um congresso internacional sobre o tema.

O termo xamanismo tem sido usado como categoria analítica na antropologia desde as primeiras discussões sobre magia e religião primitiva. Inicialmente o xamanismo era tratado como um fenômeno estritamente indígena, entretanto, o atual crescimento dos rituais xamânicos praticados por grupos não-indígenas em centros urbanos das mais diferentes partes do mundo nos força a rever nossos modelos analíticos sobre o tema. A expansão do xamanismo entre culturas não-indígenas, como parte de uma ampla rede de intercâmbio de conhecimentos e práticas xamânicas a unir as esferas local e global, está diretamente ligada a questões centrais para o pensamento antropológico contemporâneo, relacionadas às noções de cultura, tradição, mudança, lugar e práxis.

O objetivo deste projeto é investigar, dos pontos de vista analítico e empírico, o crescimento e as transformações dos xamanismos hoje, a partir da perspectiva de diálogo proposta por Roman Jakobson e adotada por Richard Bauman e Charles Briggs (2008) e outros, para examinar a emergência dialógica da cultura (Tedlock e Mannheim 1995) de uma perspectiva crítica. Também o objetivo, relacionado aos estudos de performance, ressalta os aspectos estéticas relacionados com as performances xamânicas e sua relação com as expressões artísticas e identitárias.

Pretende-se questionar paradigmas antropológicos tradicionais que analisam o xamanismo como uma filosofia ou lógica de pensamento isolada, sem levar em conta os contextos sociais, políticos e históricos das práxis xamânicas.

Os xamanismos emergem das redes de relações formadas entre vários grupos sociais e culturais, que estão envolvidos na criação e reprodução de um conjunto heterogêneo de práticas xamânicas na atualidade. O enfoque empírico deste estudo é a diversidade dos xamanismos, indígenas e não-indígenas, que se encontra em evidência hoje, identificada tanto por antropólogos quanto por praticantes dos xamanismos contemporâneos. Desta maneira, o xamanismo hoje não deveria ser definido como uma categoria analítica fixa, mas sim como um fenômeno dialógico, marcado pela circulação de pessoas, símbolos e objetos entre diversos grupos e atores.

O projeto faz parte de uma rede internacional, incluindo Laura Pérez Gil, Anne-Marie Losonczy (França), Hugo Portelo Guarin (Colombia) e Alhena Caicedo Fernandez (Colombia.). Anne-Marie Losonczy foi pesquisadora visitante de IBP, razão de sua participação na Rede. A UFSC tem um Convenio de cooperação com a Universidad del Cauca, universidade em que trabalha Hugo Portelo G.

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