UFSC forma a primeira turma em Licenciatura Intercultural Indígena.
No último dia 09 de abril colaram grau em Licenciatura Intercultural Indígena professores e professoras das etnias Mbyá-Guarani, Kaingang e Laklaño/Xokleng, em um total de 85 discentes, vindo de terras indígenas de vários estados brasileiros como MS, ES, PR, RS e SC. Os licenciados receberam habilitação para lecionar nas áreas de infância, linguagens, humanidades, conhecimento ambiental e indígena.
Os discursos de juramento enfatizavam a importância dos diálogos promovidos entre os saberes indígenas e formação de professores, que esta interlocução assegura a produção de um coletividade para lutas em prol da educação, saúde, direitos coletivos como preconiza a Constituição Federal e pela demarcação das terras indígenas no Brasil.
A cerimônia contou com a presença de autoridades como a Reitora Roselane Neckel, o presidente da FUNAI Flávio Chiarelli. O discurso da reitora lembrou do engajamento de vários docentes, técnicos e pesquisadores da
UFSC em garantir a formação da primeira turma e se comprometeu junto aos formandos, lideranças e famílias dos presentes em não medir esforços para que haja mais turmas da Licenciatura Intercultural Indígena e demais cursos específicos em outras áreas do conhecimento. Em sua fala a coordenadora executiva do INCT Brasil Plural, Sônia W. Maluf, no ato representando a direção do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, destacou a importância do curso para a transformação da universidade, em relação a produção de conhecimento mais abertas à outras lógicas de produção de saberes, que os saberes e a presença indígenas na UFSC é fundamental para avançarmos neste caminho.
A tese da antropóloga Clarissa Rocha de Mello, intitulada “Da universidade à casa de reza guarani e vice-versa: reflexões sobre a presença indígena no ensino superior a partir da experiência dos Guarani da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica/UFSC” é uma etnografia que demonstra a importância das relações e trocas produzidas nas experiências dos alunos e alunas na produção de modos de conhecer que relacionam diferentes regimes de conhecimento na produção da socialidade indígena. A tese que contou com financiamento do INCT Brasil Plural é um importante documento para que possamos
entender a importância da interlocução destes modos de ser e conhecer para que possamos avançar na melhoria das políticas de acesso e permanência dos estudantes indígenas no ensino superior, para desta forma, contribuir com as lutas por direitos e auto-determinação dos indígenas no Brasil.
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Créditos das fotos:AGECOM/DGC/UFSC










