A Editora da UFSC acaba de lançar o 13º volume da Coleção Brasil Plural, projeto que desde 2013 tem dado visibilidade às produções científicas de pesquisadores do Instituto Brasil Plural. A coletânea Dissidências, Alteridades, Poder e Políticas: Antropologias no Plural, organizada e escrita por pesquisadores do Núcleo de Antropologia e Saberes Plurais (NAPlus), da Universidade Federal de Mato Grosso, é o resultado de pesquisas desenvolvidas junto às redes do IBP. A UFMT é uma das instituições do centro-oeste brasileiro que, por meio de seus pesquisadores da área de Antropologia, tem desenvolvido pesquisas e projetos de extensão que priorizam os diálogos e as tensões existentes entre os saberes da ciência, as experiências dos sujeitos e as políticas públicas de Estado.
Organizada por Sonia Regina Lourenço, Marcos Aurélio da Silva e Moisés Lopes, que atuam no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFMT, a coletânea também conta com artigos de pesquisadores de universidades do Norte e do Nordeste. Os dez trabalhos se debruçam sobre as experiências de coletivos urbanos e rurais, LGBTs, indígenas e quilombolas, em suas lutas por direitos, por políticas públicas e pela própria existência. Segundo os organizadores, na apresentação do livro “a intersecção entre as pesquisas está nas singularidades de coletivos sociais que vivenciam situações de dissidências e conflitos atravessados por agenciamentos de gênero, sexualidade e modos de relação que exigem o reconhecimento do Estado como sujeitos de direitos sem se deixar capturar pelo agenciamento estatal que suprime toda a singularidade, encapsulando modos de existência e modos de fazer política em forma de acantonamento identitário”.
A coletânea se divide em dois eixos. No primeiro, “Coletividades sexo-generificadas, (a)simetrias e políticas”, apresenta resultados de pesquisas sobre a compreensão desses coletivos sobre saúde, corpo, políticas públicas e engajamento político, enfocando relações de poder no tecido social que produzem sujeitos e silenciamentos. Destaque para os coletivos LGBTs em suas demandas por saúde, visibilidade política na cidade, através das paradas da diversidade, e políticas públicas. No segundo eixo, “Coletividades ‘tradicionais’, inventos e devires”, os artigos são oriundos de pesquisas realizadas com coletivos que se autoidentificam como negros, quilombolas e rurais, a partir de perspectivas antropológicas que percorrem as diferentes afecções das composições de modos de existência povoados por diferentes seres humanos e não humanos, desejos e perigos e formas de resistência. Destaque para a luta por direito ao território e à territorialidade que unem esses coletivos.
O livro esta disponível na livraria da Editora da UFSC.