Webinário: Fecundações Cruzadas: concebendo corpo-pensamento entre filosofias ameríndias e epistemologias transfeministas

02/12/2020 15:33

Diogenes Cariaga, professor da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul/Universidade Federal da Grande Dourados, Doutor em Antropologia pelo PPGAS/UFSC e pesquisador do INCT-Brasil Plural participará do Webinário: Fecundações Cruzadas: concebendo corpo-pensamento entre filosofias ameríndias e epistemologias transfeministas.

O Webinário é um esforço de explorar aproximações ainda inéditas entre dois universos conceituais: as filosofias ameríndias e as epistemologias transfeministas. Reconhecendo suas devidas diferenças, os dois campos mencionados compartilham de uma capacidade profícua de engajamento com práticas imaginativas que permitem vislumbrar outros futuros (in)comuns, de modo que a interface entre eles potencializa seu horizonte criativo. O objetivo do webinário é explorar uma “zona de contato” entre o pensamento ameríndio e o pensamento transfeminista, aproximando modos de percepção e de conhecimento dissidentes em relação ao racionalismo e à normalização moderno-ocidentais. Com este seminário se quer ampliar a conversa em torno das conexões possíveis entre esses dois universos conceituais.

Por filosofias ameríndias queremos exprimir os estilos de criatividade e pensamento correspondentes aos povos ameríndios, uma multiplicidade de formas de engajamento com problemas de ordem conceitual e material. Ao mesmo tempo em que desafiam a metafísica do Ser, tais filosofias parecem se dedicar à heterogeneidade, à multiplicidade e à propagação no nível da experiência pessoal. Se existem muitos mundos possíveis, esses mundos estão sempre relacionados a pessoas determinadas. Mundo para quem?, então. No centro das reflexões ameríndias está a possibilidade de se tornar outro, devir que se administra por meio das tecnologias corporais e de pensamento. As filosofias ameríndias estão marcadas por uma relacionalidade radical que coloca a identidade a serviço da diferença. Nesse contexto, os binarismos e oposições contrastivas são revogáveis ou provisórias, muitas vezes um recurso para modificar e proliferar.

Por epistemologias transfeministas buscamos sintetizar implicações sobre o modo de se produzir conhecimento a partir de uma perspectiva situada na experiência e no pensamento queer, nos estudos transviados e na crítica aos modos binários de pensamento que herdaram das movimentações trans uma forma própria de interrogar as normas, explorando as falhas, as intermitências, as linhas de fuga e os modos de (r)existência forjados por meio de saídas criativas frente àquilo que nos impede de seguir. Imaginamos a perspectiva epistemológica transfeminista a partir de uma dupla desconexão: primeiro uma desconexão analítica e experiencial com a heterossexualidade compulsória; em segundo lugar, uma desconexão semiótica e material com a “naturalidade” da diferença sexual. Essas duas desconexões permitem, enfim, instaurar novas conectividades.

Como resultado, esperamos que o seminário abra e impulsione caminhos possíveis para as conexões entre os dois campos de pensamento mencionados. Esperamos que a conversa inspire problematizações sobre a “consciência de si” que organiza a prática antropológica em termos epistemológicos. Este esforço reconhece, em primeiro lugar, a necessidade de deslocar sujeitos de enunciação e recepção pressupostos no conhecimento antropológico que conduzem a relações masculinistas, heteronormalizantes, raciais e coloniais, entre outras coisas. Esta discussão se faz imprescindível no momento em que o processo de democratização do acesso e da produção de conhecimento antropológico se encontra em risco, tanto no Brasil, quanto nos demais países das Américas. Por outro lado, parte da necessidade de simetrizar e pluralizar a antropologia, tendo em vista a presença fundamental e cada vez mais acentuada de pares indígenas, queer e negros, o que exige um recalibramento da partilha epistemológica por trás das práticas antropológicas. Este seminário demanda, assim, um corpo-pensamento que excede a heteronorma que dá contornos à tradição disciplinar e às formas convencionais de descrição antropológica.

 

Ágora Abrasco

02/12/2020 11:16

Painel sobre os 20 anos do GT Saúde dos Povos Indígenas da Abrasco: Gênese, Trajetórias e Perspectivas, acontecerá o 2 de dezembro – quarta-feira às 16h.

Convidados:  Ana Lúcia Pontes (ENSP/Fiocruz), Carlos Coimbra Júnior (ENSP/Fiocruz), Eliana Elisabeth Diehl (UFSC), Esther Jean Langdon (UFSC), Cristiani Vieira Machado (VPEIC/Fiocruz e Conselho Deliberativo Abrasco), Ricardo Ventura Santos (ENSP/Fiocruz), Inara do Nascimento Tavares (UFRR),

Coordenação:  Felipe Tavares (UFF)

 

Dossiê “Reflexiones y perspectivas sobre la pandemia del covid-19″- Revista Mundo Amazónico.

24/11/2020 09:54

Giltom Mendes, professor do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em Manaus, coordenador do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (NEAI) e pesquisador da Rede Saberes e Educação do Instituto Brasil Plural, junto com Luisa Elvira Belaunde, professora da Universidad Mayor de San Marcos -Perú- e Edgar Bolívar Urueta, professor da Universidad Nacional de Colombia, Sede Amazonia, editaram o Dossiê Especial “Reflexiones y perspectivas sobre la pandemia del covid-19 – Parte 1”, da Revista Mundo Amazónico -UNAL Sede Amazônia e PPGAS-UFAM-

Ver a revista em:

https://revistas.unal.edu.co/index.php/imanimundo

Palestra Magna “Ancestralidades e Identidades”

20/11/2020 15:28

O Prof. Sergio Braga,  da UFAM/IFCHS/DAN/PPGAS/PPGSCA,  pesquisador da Rede territorialidades, deslocamentos, paisagens urbanas e populações tradicionais do Instituto Brasil Plural ofereceu a Palestra Magna “Ancestralidades e Identidades”,   na abertura do Evento “AMYIPAGUANA – Encontro de Cultura Popular do Amazonas”. O evento esta sendo promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas, no período de 16 a 21 de novembro de 2020. A programação pode ser acessada na página oficial da mesma Secretaria do Amazonas. A palestra teve duração de 50 minutos e foi realizada no dia 16/11/2020, as 16:00 (horário Manaus).

A palestra pode ser acessada nas redes sociais nos seguintes sites da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas  (Facebook; Youtube; Instagram; @culturadoam). No Facebook, o link para acesso a palestra é o seguinte: https://www.facebook.com/culturadoam/videos/3095986727173988

Oswaldo Rodrigues Cabral: memória e atualidade

19/11/2020 16:21

Coletânea organizada pelas professoras Sônia Weidner Maluf e Ana Lídia Campos Brisola, contou com o apoio do IBP e  tem como origem o Colóquio “Oswaldo Rodrigues Cabral – 110 anos: memória e notícia”, realizado em outubro de 2013 no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE). Os trabalhos apresentados no colóquio, reunidos aqui, resgatam memórias, trazem reflexões sobre a trajetória e a contribuição de Cabral na formação da antropologia e da arqueologia em Santa Catarina, na criação do Museu Antropológico, atual Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE), e analisam as contribuições de seus estudos sobre folclore, história da medicina e historiografia catarinense.

 

 

Medicamentos, cultura y sociedad

12/11/2020 14:34

As professoras Esther Jean Langdon do PPGAS/UFSC e Eliana Elisabeth Dielh do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFSC participaram com o artigo “An Interdisciplinary Approach To Studies Of Medicines” no livro Medicamentos, cultura y sociedad que acaba de ser publicado.

O livro oferece um conjunto de análise e reflexões para entender como funciona no mundo contemporâneo as relações de estas substâncias, que conhecemos como medicamentos, com diversos grupos humanos. Estas substancias, sob diversas formas tem acompanhado a humanidade desde os inícios, seja desde um ponto de vista simbólico ou em seus processos de auto atenção, medicação e automedicação. Atualmente, os medicamentos ocupam uma situação estratégica em nossas sociedades globalizadas, seja ao nível económico ou como elementos de controle social, além de ser elementos técnicos de gestão da saúde.

A riqueza da análise socio antropológica se reflete no livro, que situa o medicamento no contexto do conjunto de processos que dão seu significado em cada uma das sociedades ou grupos sociais em que se utiliza.