I Mostra de Arte Sensorial e Inclusiva tem a participação de pesquisador do IBP

15/01/2014 17:50

A I Mostra de Arte Sensorial e Inclusiva, que acontece em Brasília de 21 a 26 de janeiro de 2014, terá a participação do antropólogo Éverton Pereira,  doutor em antropologia social pela UFSC, professor da Universidade de Brasília e pesquisador do IBP. Recentemente Éverton defendeu a tese “Fazendo cena na cidade dos mudos: surdez, práticas sociais e uso da língua em uma localidade no Sertão do Piauí”. A Mostra acontece no Centro Cultural Banco do Brasil e tem entrada franca. Abaixo a programação.

 

I Mostra de Arte Sensorial e Inclusiva

 

Programação:

21/01/2014 às 21h no Teatro I –  Corpo sobre tela – Marcos Abranches (SP) – Inspirado na vida e obra do pintor irlandês Francis Bacon, Corpo sobre Tela é um solo primoroso, criado pelo bailarino Marcos Abranches, em parceria com Rogério Ortiz, que assina a direção artística. Neste espetáculo de Abranches, da Cia. Vidança, os gestos singulares do bailarino expressam dramaticidade e movimentos pulsantes, impregnados de cores e sentimentos inquietantes. Autonomia, singularidade e intrepidez são algumas das questões que emergem da obra.

22/01/2014 às 21h no Teatro I – Cia Dança Eficiente (PI)– Meu corpo não é mudo – Atualmente a Cia. de Dança Eficiente (Corpo Inclusivo), é mantida pela Organização Ponto de Equilíbrio – OPEQ em parceria com a Associação dos Cadeirantes do Município de Teresina – ASC AMTE. O trabalho do grupo tem como objetivo principal propiciar as pessoas com deficiência o desenvolvimento e exposição dos seus potenciais artísticos, elevando a auto-estima e oferecendo ao público um trabalho original, criativo e pioneiro no Estado do Piauí.

23/01/2014 às 21h no Teatro I –  Expressividade Cênica para deficientes visuais (Londrina- PR) – Olhares Guardados. – O próprio nome do grupo londrinense traz uma particularidade que normalmente chama a atenção do público: Projeto Expressividade Cênica para Pessoas com Deficiência Visual. Todos os atores da peça são cegos. Os atores usam todo um processo que vai desde a cenografia, adereços de cena e sonorização. Como são deficientes visuais, automaticamente têm o tato, a audição e o olfato muito mais desenvolvidos e trabalham muito com o tato na peça. Entre as estratégias usadas está um piso de borracha que liga vários pontos do cenário, fazendo ao mesmo tempo parte da cenografia e servindo de referência de localização para os atores. Eles também atuam muito com a audição usando vários sinais sonoros. A história mostra um fotógrafo que desembarca de trem num pequeno vilarejo. Na estação, ele encontra um grupo de pessoas instigantes: um músico, uma costureira, um escritor e um comerciante de antiguidades. Ao fazer fotos de cada um, o fotógrafo estabelece relações com suas histórias pessoais.

24/01/2014 – Sessões às 18h e 21h na Galeria 3  – Grupo Sensus (SP) – Kinesis é uma performance “ambulante”. O público é convidado a entrar numa instalação e percorrer um trajeto conduzido pelos atores que, além de guiá-los, interpretam textos, e os estimulam sensorialmente através do tato, olfato, audição e paladar. Como é característico do Grupo Sensus em seus sete anos de existência, o espectador é vendado na entrada. Nessa performance, é acompanhado por vários “atores-guias”, num trajeto, e percorre a instalação se deliciando com a obra literária de vários autores consagrados. Um espetáculo que permanece “acontecendo” por várias horas, permitindo que o público tenha liberdade de entrar na hora que desejar e também repetir o trajeto quantas vezes quiser.

25/01/2014 às 21h no Teatro I –  Signatores (RS)  – Através do teatro, utilizando a poesia e jogos de improviso, seis atores surdos contam suas histórias de vida no espetáculo Memória na ponta dos dedos. A peça é uma realização do Grupo de Pesquisa Teatral Signatores, formado por pesquisadores ligados a Universidade Federal do Rio Grande do Sul que buscam investigar o teatro e a educação com pessoas surdas. A montagem foi construída dentro da Oficina de Teatro para surdos. Por meio de entrevistas realizadas com os atores, o grupo criou um espetáculo dividido em três eixos: infância, primeiro contato com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e desejos para o futuro. Em cada um desses momentos, são abordadas questões marcantes na vida dos surdos, como idas ao médico, incompreensão de familiares e amigos, escolha entre escola inclusiva ou escola para surdos, uso de aparelho de surdez, a construção de uma identidade dentro de um grupo, entre outras temáticas. A atração é encenada em Libras e terá o apoio de um narrador-personagem, que acompanhará os ouvintes pela narrativa. Riso, drama, sátira e crítica são alguns dos elementos que se compõem a peça Memória na ponta dos dedos, um convite para compreender o mundo a partir da percepção daqueles que escutam com o olhar e expressam suas identidades através do corpo e da alma.

26/01/2014 às 17h no Teatro 1 – Diversos Dias (DF) – Todos os seres humanos são atores – porque atuam – e espectadores – porque observam”, acreditando nesta perspectiva elaborada pelo dramaturgo brasileiro, Augusto Boal, o 1º Festival de Cultura Inclusiva do DF, convidou a comunidade para criar uma peça teatral que vivenciasse cenicamente situações cotidianas de convivência entre pessoas com e sem deficiência em espaços públicos. Assim surgiu “Diversos dias” um espetáculo inédito elaborado em processo colaborativo cujo elenco é formado, em sua maioria, por não-atores com algum diagnóstico de deficiência que ousaram estar no palco e apresentar, de forma lúdica, anseios, conflitos e sonhos que permeiam a convivência em busca de uma sociedade mais justa e inclusiva. A peça conta com uma variedade de linguagens cênicas intercalando com o teatro, músicas, também compostas coletivamente durante os ensaios e vídeos, cujos participante são integrantes do grupo. O cenário e o figurino de Lurdinha Danezy e direção de Mônica Gaspar.

26/01/2014 às 20h na Galeria 3 –  Teatro Cego (SP) – O grande viúvo – é um espetáculo inédito no Brasil em que a apresentação acontece em um local completamente escuro, fazendo com que os espectadores, sem poderem contar com a visão, tenham que se valer de todos os seus outros sentidos (olfato, tato, paladar e audição) para compreenderem o conteúdo da peça. Um espetáculo com forte apelo social que conta com deficientes visuais no elenco e na produção.

 

Atividades paralelas

Exposição:  A gente… Um dia você entende – Pintura de dois artistas muito especiais
Data: 21/01/2013 a 26/01/2013, das 9h às 21h

Ambos encontraram na arte uma profissão, um modo de se manisfestar, uma forma de mostrar suas potencialidades e apresentar à sociedade uma nova possibilidade de ser das pessoas com diagnóstico de deficiência. Lucio Piantino tem síndrome de Down, nasceu numa família de artistas sendo convidado desde sempre a ter contato com tintas, telas e pincéis. Começou sua carreira aos treze anos e hoje com dezoito já é reconhecido como artista plástico profissional. Pedro Gammaro é autista e demorou a descobrir seu talento para as artes. Somente aos vinte e sete anos teve a oportunidade de conhecer o encantador mundo da pintura. Desse encontro surgiram dezenas de telas, reconhecimento do seu potencial e convites para exposições. A Exposição “A GENTE…UM DIA VOCÊ ENTENDE” propõe o encontro destes dois artistas convidando o público a conhecer, apreciar e a partir daí reconhecer que a deficiência pode ser apenas uma característica e não um fator determinante do desenvolvimento.

 

Reengenharia dos Sentidos
16 de janeiro a 26 de janeiro – Pavilhão de vidro
Visitação das 9h às 21h

A proposta tem um objetivo por ora ambicioso: dar uma visão geral e atual das possibilidades criativas em arte que permitem “reengenheirar os sentidos humanos”. Questões que de forma mais ampla, relacionam as práticas de conhecimentos transversais das ciências, tecnologias e das artes por pesquisas de ações experimentais de novas estéticas que remixam diferentes linguagens e técnicas. Esta exposição, parte de um olhar que emerge das atividades artísticas e científicas desenvolvidas e em desenvolvimento, de pesquisas acadêmicas e autodidatas construídas sobre bases conceituais audaciosas e por ora, ainda mal definidas.

Entre as questões, iniciaremos a reflexão: podem os sentidos humanos, hoje, mediados pelas tecnologias, serem quantificados, e até mesmo reengenheirados? Pode-se a partir da arte, ciência e tecnologia possibilitar formas criativas de aprendizagem? É possível fazer previsões relativas a um futuro da sensibilidade humana? Como estas práticas artísticas contribuem para que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de experimentações estéticas, sensíveis e fruídas?

O conceito da exposição tem como tema central a Reengenharia dos Sentidos será abordada pela visão transversal de conhecimentos da Arte, Ciência e Tecnologia. Somados, estes campos promovem o diálogo com a acessibilidade fisica-motora e cognitiva–estética através de um ambiente planejado para a vivência da troca dos sentidos humanos.

 

Debates

Mesa 01:  Arte e inclusão: deficiência, corpo e diferença

Data: 22/01/2013, das 14h30min às 17h30min.

O objetivo da mesa de discussão é problematizar as formas hegemônicas de fazer arte, que apontam um corpo “ideal” como protótipo da construção dos espetáculos. Rompendo com os limites da homogeneidade dos sentidos, a mesa trará uma discussão sobre outras noções de corpo e diferença, andentrando assim para o conceito de deficiência para além das limitações corporais. Com um outro olhar sobre os processos que historicamente construíram a deficiência com base nas “limitações corporais”, a mesa abordará a temática sob o prisma da diferença e, a partir disso, realizará proposições das formas possíveis de inclusão pela arte. Ou seja, a mesa possui uma dupla tarefa: a primeira, de desconstruir a noção de deficiência e corpo a partir da quebra do conceito hegemônico de sentidos; segundo, de refletir sobre as possibilidades e limites da arte na tarefa da inclusão das pessoas com deficiência.

Para isso, convidará atores que estão participando da Mostra e outros acadêmicos e artistas envolvidos com a temática para, em um debate entre aspectos teóricos conceituais e práticos, produzir elementos para repensar as formas como a arte pode servir como ferramenta de inclusão e transformação social.

Panorama: sabemos da capacidade (ou da possibilidade) da arte em transformar a sociedade ou, em pelo menos, propor outros olhares sobre as diversas facetas da vida social. Porém, temos visto que ela ainda está centrada em certos padrões de construção de sua “cena” que não levam em consideração as diversidades das experiências e das vivências corporais. Ainda, notamos a importância da inclusão das pessoas com deficiência, seja como espectadoras de espetáculos, seja como protagonistas deles, no setor de arte e cultura. A 1a. Mostra de Arte Sensorial e Inclusiva do DF também tem esse desafio e reuniu grupos e companhias que dialogam com a temática e rompem com os padrões de “corpo perfeito” e a mesa pretende utilizar esse conhecimento acumulado para levantar a discussão na sociedade em geral.

Público alvo: estudantes (especialmente de artes) do DF e entorno; profissionais da arte e cultura do DF; gestores de políticas públicas; militantes de movimentos sociais; população em geral.

  • Valdemar Santos – Cia Dança Eficiente (PI)
  • Lurdinha Danezy Piantino – Vice-presidente do Conselho Distrital dos Direitos das Pessoas com Deficiência do DF (CODDED)
  • Éverton Pereira – doutor em antropologia social pela UFSC e professor do DSC UnB

Mesa 02: Políticas de Inclusão

Data da mesa: 24/01/2013, das 14h30min às 17h30min.

O objetivo da mesa de discussão é apontar as várias formas como o Estado brasileiro vem trabalhando com a questão da diversidade corporal e das experiências da deficiência, especialmente no que tange o acesso à arte e a vida em sociedade. Propomos, com essa mesa, instrumentalizar a plateia quanto as políticas em curso e promover um debate frutífero entre as várias instâncias da organização democrática sobre futuros das ações de integração de pessoas com deficiência. Especificamente, o objetivo é construir um panorama atual das políticas de inclusão e projetar perspectivas e desafios futuros, tendo como panorama o debate entre as experiências bem sucedidas e as inúmeras possibilidades inerentes da vida plena das pessoas com deficiência aos direitos sociais, especialmente ao acesso à arte e a cultura.

Panorama: sabemos das mudanças paradigmáticas trazidas pela Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência no que tange à garantia de direitos dessa população e temos dimensão dos avanços promovidos pela implamentação do Plano Nacional Viver Sem Limites. Ao mesmo tempo, temos conhecimento dos imensos desafios de tornar realidade que estes dois documentos apontam na transformação da qualidade de vida da população com deficiência no Brasil. Também, temos consciência da importância de ações no campo da arte e da cultura na garantia dos direitos das pessoas com deficiência e apostamos que a descontrução de algumas categorias são essenciais para que possamos construir uma sociedade mais inclusiva e menos limitadora das potencialidades individuais. A proposta da 1a. Mostra de Arte Sensorial e Inclusiva do DF é uma iniciativa que visa contribuir nessa questão questão e a mesa aqui proposta é uma das etapas da reflexão.

Público alvo: população em geral, especialmente sujeitos envolvidos com políticas públicas no DF (gestores e produtores culturais, gestores de outras políticas), estudantes universitários e integrantes de movimentos sociais.

  • Representante da Secretaria Nacional de Direitos Humanos
  • Representante da Subsecretaria de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência do GDF
  • Representante do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CONADE)
  • Representante do Conselho Distrital dos Direitos das Pessoas com Deficiência do DF (CODDED)

Colóquio apresenta pesquisas do IBP sobre políticas públicas

14/11/2013 13:42

Pesquisadores do Instituto Brasil Plural reúnem-se em Florianópolis, de 18 a 20 de novembro, para o colóquio Reflexões sobre Pesquisa Antropológica e Políticas Públicas no INCT Brasil Plural, em que vão apresentar e debater os trabalhos realizados nas redes do IBP. A maioria deles tem mostrado um constante tensionamento entre as práticas culturais e as políticas públicas em diversos segmentos sociais, como a questão indígena, saúde, migrações, direitos humanos e o reconhecimento de saberes locais, que serão tema de quatro mesas redondas. Na programação também está a exibição de dois documentários e duas palestras (veja a programação abaixo).

A finalidade do colóquio é realizar um balanço das pesquisas realizadas pelo IBP que tenham contribuído para subsidiar as políticas públicas, debater as controvérsias e estimular novas ideias. Em três dias o colóquio reúne os pesquisadores em torno das questões fundamentais para o INCT Brasil Plural: Em que sentido as pesquisas, dos pesquisadores individualmente e em redes, contribuem para as diversas políticas públicas? É possível articular os trabalhos com as políticas públicas? De que maneira seus projetos conseguiram algum impacto social ou político?

Carta Yvy Katu: entidades fazem apelo à presidenta pela grave situação indígena no MS

13/11/2013 08:01

Apelo à presidenta

 

Presidenta Dilma Roussef, nos últimos anos, é com apreensão crescente que acompanhamos a situação dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul, e particularmente dos Kaiowa e Guarani.

Após a trágica morte do professor terena, Oziel Gabriel, em maio deste ano, vimos a formação de uma mesa de negociações, mediada pelo Conselho Nacional de Justiça e com participação de integrantes do Governo Federal.

Agora, vemo-nos novamente preocupados com o desenrolar dos fatos em MS.

Depois de as negociações na mesa emperrarem, as comunidades indígenas veem-se instadas a voltar a realizar ocupações nas terras que reivindicam como suas por direito. Diversas dessas ações voltaram a ocorrer desde agosto, demonstrando a urgência de que o governo multiplique seus esforços na busca de uma saída negociada para os conflitos.

Agora, soa o alarme. Após decisão judicial, a Policia Federal lançou ontem um ultimato ameaçador para os Guarani da Terra Indígena Yvy Katu, anunciando que a ordem de reintegração de posse será cumprida.

Os Guarani anunciam que vão resistir como pudemos ler em seus textos enviados para as redes sociais. Está nas suas mãos, presidenta, o poder de evitar uma nova tragédia. É por isso que apelamos para que, o mais rápido possível:

1 – ordene a Polícia Federal que não faça a reintegração de posse enquanto não houver diálogo e acordo com os indígenas;

2 – envie uma missão da ouvidoria agrária nacional, convidando Ministério Público Federal e o Conselho Nacional de Justiça, para garantir esse diálogo e chegar a um acordo;

3 – assine a homologação de Yvy Katu e garanta os recursos para indenizar os fazendeiros, conforme o Ministério Público Federal já solicitou

Pais rico é pais justo, presidenta. Não deixe que a imagem do Brasil seja manchada por mais uma tragédia.

 

Associação Brasileira de Etnomusicologia (ABET)

Associação Brasileira de Antropologia (ABA)

Associação Nacional de História (ANPUH)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS)

FIlmes de Quintal

Video nas Aldeias

Lista de e-mails para manifestação

Encontros da Rede de Pequisa em Saúde do IBP começam nesta quinta, 7

01/11/2013 11:39

O INCT Brasil Plural recebe neste mês de novembro quatro pesquisadores, renomados na área de Antropologia da Saúde da América Latina, como parte dos Encontros da Rede de Pesquisa Saúde: práticas locais, experiências e políticas públicas. Nos dias 7 e 8 de novembro, os convidados são os professores Eduardo Menéndez (CIESAS/México), Rosa Maria Osório (CIESAS/México) e Jesus Armando Haro (Programa de Salud y Sociedad, Colégio de Sonoro/México), que participam deo Seminário de Antropologia da Saúde e de uma conversa com pesquisadores. Já o professor Hugo Portela (Universidad del Cauca/Colômbia) participa da segunda parte do seminário de Antropologia da Saúde, no dia 14 de novembro.

Veja abaixo a programação:

Seminário Patrimônio Cultural e Museologia começa na próxima terça

01/11/2013 11:10

O Núcleo de Dinâmicas Urbanas e Patrimônio Cultural (NAUI) da UFSC promove o II Seminário Patrimônio Cultural e Museologia, entre os dias 5 e 8 de novembro, no auditório do Centro de Ciências da Educação (CED), com apoio do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), do INCT Brasil Plural e do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade (PGAU-Cidade). O evento é gratuito e aberto ao público. Não é necessário efetuar inscrição.

http://naui.ufsc.br/files/2013/10/Divulga%C3%A7%C3%A3o1.jpg

Programação 2013-page-001

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IBP recebe visita da Comissão Europeia

24/10/2013 11:11

O INCT Brasil Plural foi um dos cinco grupos da UFSC visitados na última quarta-feira, 23 de outubro, pela Comissão Europeia para Pesquisa e Inovação, como parte das atividades do Ministério da Indústria e Comércio, através da APEX Brasil (Agencia Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos). Este grupo faz parte da comissão que define investimentos internacionais da União Europeia no continente sul-americano.

Os pesquisadores do IBP, professoras Esther Jean Langdon (coordenadora) e Sônia Maluf (coordenadora executiva), além do professor Alberto Groisman, com apoio da secretaria do instituto apresentaram os objetivos do IBP, sua área de atuação, e a importância da pesquisa qualitativa junto às populações .

Os convidados são formuladores de políticas públicas na União Europeia, trabalhando em diferentes diretorias na Comissão Europeia. Os convidados em geral já têm relacionamento com o Brasil em suas áreas de expertise, mas geralmente ficam restritos ao circuito oficial em Brasília. Por isso, o programa Brasil no Mundo, desenvolvido pela Apex-Brasil, tem o objetivo de apresentar aspectos distintos  do país para os convidados. Por isso, formulamos uma agenda diversa, com reuniões com o setor industrial, agrícola, acadêmico e buscando o contato com a realidade social do país. Os convidados trabalham na Comissão Europeia, que define o orçamento do bloco para diversos temas, inclusive para pesquisa e cooperação científica.

 

Documentário “Criando Corpo em Kumarumã” é lançado com apoio do IBP

22/09/2013 22:44

O vídeo apresenta cenas cotidianas das crianças Galibi-Marworno da aldeia de Kumarumã, Terra Indígena Uaçá, município de Oiapoque/AP. O roteiro foi elaborado em conjunto com o cacique Paulo Roberto Silva e com Manuel Severino dos Santos, para mostrar aspectos importantes da educação para os Galibi-Marworno: os cuidados com a gravidez, parto, puerpério e as estratégias para produzir o corpo das crianças. “Criar o corpo da aldeia”, desenvolver e amadurecer o corpo, são processos que as crianças vivenciam através das brincadeiras e na aprendizagem das habilidades que garantem sua saúde e autonomia.

CRIANDO CORPO EM KUMARUMÃ from Antonella Tassinari on Vimeo.

Produção, Imagem e Direção: Antonella Tassinari
Roteiro: Antonella Tassinari, Paulo Roberto Silva e Manuel Severino dos Santos
Edição: Marcos Albuquerque

Primavera dos museus terá várias atividades no Marque/UFSC

22/09/2013 22:30

Museus, memória e cultura afro-brasileira é o tema da 7ª Primavera dos Museus que acontecerá no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC de 23 a 27 de setembro. Exposição fotográfica, rodas de conversa, cinema ao ar livre, sessão de contos africanos e afrobrasileiros para crianças, oficinas de percussão e afoxé, lançamento de livros são algumas das atividades da programação da semana.

Neste segunda, 23 de setembro:

10h – Abertura da exposição fotográfica “Fragmentos de Guiné Bissau”

16h – Roda de conversa “Trânsitos e movimentos afrobrasileiros, com Ida Mara Freire (UFSC) e Joana Célia dos Passos (NEN)

19h – Cinema ao ar livre no Museu, com o filme “Eu tenho a palavra”, de Lilian Salá Santiago (26´, 2010) e debate com o antropólogo Charles  Raimundo.

Confira aqui a Programação completa.

Quando e onde: de 23 a 27 de setembro no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC.

EdUFSC lança ‘A Festa da jaguatirica’ no Centro de Florianópolis nesta quinta

17/09/2013 22:02

Moacir Loth / Jornalista da Agecom/UFSC

As músicas gravadas, em 1969, pelo antropólogo Rafael José de Menezes Bastos estão sendo reaprendidas hoje pelas crianças da aldeia dos kamaiurá, no Alto Xingu, Mato Grosso. Obra pioneira e divisor de águas na etnomusicologia, o pesquisador lança no dia 19 de setembro, quinta-feira, às 18 horas, na Escola Livre de Música Compasso Aberto, em Florianópolis, A festa da jaguatirica – Uma partitura crítico-interpretativa. Reunindo, em 526 páginas, 45 anos de pesquisas, o livro inaugura a recém-criada Coleção Brasil Plural da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC).

Para repassar a cota de livros devida aos índios e devolver, concretamente, resultados dos estudos, a EdUFSC sonha realizar também um lançamento no Parque Indígena do Xingu. Exibindo bela capa e moderno projeto gráfico, A festa da jaguatirica apresenta fotos, ilustrações e a descrição integral de um ritual musical ameríndio. Brinda igualmente os leitores com um CD de sons colhidos e eternizados pelo antropólogo, chamado carinhosamente de avô pelos jovens da aldeia. Rafael tem uma explicação para tanto respeito e prestígio junto à comunidade indígena: “É muito simples. Basta não roubá-la, não traí-la; aliar-se a ela. Depende, com certeza, da seriedade e do comprometimento do estudioso, e de seu afeto.” A coleção abre espaço para divulgação da produção científica do Instituto Nacional de Pesquisa Brasil Plural (INCT), contando com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, CNPq, Capes, UFSC, UFAM e das Fundações de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina e do Amazonas (Fapesc e Fapeam).

Durante bate-papo e pré-lançamento na 17ª Feira do Livro da EdUFSC, no Centro de Convivência da Universidade, o antropólogo denunciou os retrocessos nos direitos dos índios no Brasil. Os avanços nas pesquisas antropológicas, segundo ele, conflitam com a realidade. “Estamos diante de verdadeiros campos de concentração, onde a vida não vale nada”, indignou-se, perdendo um pouco o bom humor. O renomado antropólogo Anthony Seeger, da Universidade da Califórnia (EUA), acredita que o livro será um aliado vital dos futuros pesquisadores, entre os quais, “certamente estarão jovens kamaiurá em busca de entender e salvaguardar suas tradições”. Rafael de Menezes Bastos é autor, pela EdUFSC, do livro A musicológica Kamaiurá  – Para uma antropologia da comunicação no Alto Xingu. Resultado da dissertação de mestrado na UnB, em 1976, a segunda edição saiu, em 1999, pela EdUFSC, sendo seu conteúdo incorporado a Festa da jaguatirica, que terá também um lançamento em Manaus, organizado pelo Instituto Brasil Plural e pela Universidade Federal do Amazonas. Em promoção na Feira da EdUFSC, que prossegue até  sexta, dia 20, o livro está sendo oferecido com 30% de desconto, passando de 59 para 40 reais.

Antropólogo Rafael José de Menezes Bastos no bate-papo e pré-lançamento na 17ª Feira do Livro da EdUFSC. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

Segue rápida entrevista com o antropólogo Rafael José de Menezes Bastos:

P – O livro A festa da jaguatirica: Uma partitura crítico-interpretativa reúne mais de quatro décadas de pesquisas sobre a música dos Kamayurá e do Alto Xingu. Não se tem notícia de outro trabalho dessa envergadura no Brasil. Fale um pouco do processo, da importância e do conteúdo da obra?

R – O livro é uma das primeiras descrições integrais de um ritual musical ameríndio, conforme aponta o autor de seu Prólogo, o Prof. Anthony Seeger. Sua envergadura, pois, extravasa os limites brasileiros e o coloca no contexto das três Américas. Convivo com os índios Kamaiurá desde 1969, aprendendo com eles sua música, sua filosofia e suas demais formas de pensar, sentir e fazer. O livro estuda o ritual de longa duração do Javari (11 dias e noites), mostrando como sua música está em sua base e como ele é constituído a partir de pequenas unidades (canções e vinhetas), elaboradas através de uma fina dialética de repetições e diferenciações em sequências e sequências de sequências dessas unidades, executadas continuamente durante dez ou mais dias. O Javari é um longo poema cantado do mesmo tope que a Ilíada e a Odisséia. Se o livro tem alguma importância ela está em dois planos: o dos índios, seus intelectuais e seus aliados, e o dos estudantes de antropologia, música e campos congêneres.

P –O que é ser etnomusicólogo/antropólogo no Brasil? Ele tem o devido reconhecimento da Academia e da sociedade?

R – Acho que temos, sim. É claro que a maioria de nós não é, nem deseja ser, celebridade.

P – O fato de ser músico ajudou na realização do desafio abraçado? (“A generosidade da antropologia me devolveu à música”).

R – Com certeza que ajudou muito.

P – O seu esforço é considerado heroico. As novas tecnologias facilitam pesquisas similares? O que muda? (Um CD acompanha o livro).

R – As novas tecnologias facilitam, sim, pesquisas como a minha. Os equipamentos são muito mais leves e ágeis do que eram há 30 anos, podendo sem esforço ser transportados para as áreas indígenas e usados ali, de dia e de noite, dias seguidos. Mas nenhuma tecnologia substitui o gosto de seguir os índios cantando, tocando e dançando durante 10-15 dias e noites, continuamente.

P – O que os leitores podem aprender com a leitura e a socialização do conteúdo de A festa da jaguatirica? 

R – Aprender como a música e a cultura Kamaiurá, xinguana e ameríndia em geral têm a dimensão, a profundidade e a significação das grandes culturas-fontes da humanidade.

P – O que significa, para o pesquisador, inaugurar a Coleção Brasil Plural da EdUFSC?

R – Significa uma tarefa de responsabilidade e dificuldade – o IBP é um instituto de pesquisa de grande relevância e a Edufsc, uma editora muito importante.

P – A obra, na sua opinião, reforça as políticas públicas de inclusão social?

R – Profundamente , porque devolve aos índios um trabalho feito entre eles durante anos a fio e contribui para mostrar aos não-índios como os índios têm uma cultura tão encantadora e profunda.

P – Quem é Rafael José de Menezes Bastos (breve perfil)?

R – Sou Professor de Antropologia na UFSC, onde coordeno o MUSA, “Núcleo de Estudos, Arte, Cultura e Sociedade na América Latina e Caribe”. Sou Pesquisador do CNPq. Escrevi “A Musicológica Kamayurá: Para uma Antropologia da Comunicação no Alto Xingu”, de 1978 (2a.edição da Editora da Universidade Federal deSanta Catarina em 1999) e “A Festa da Jaguatirica: Uma Partitura Crítico-Interpretativa“, de 2013 (Edufsc). Organizei dois outros livros e publiquei cerca de 100 artigos, incluindo capítulos de livros. Tenho três livros em preparação. Convivo com os índios Kamayurá desde 1969, colaborando com eles em vários projetos, inclusive no de cantar para eles, especialmente para os jovens, o repertório do ritual do Javari.

Mais informações: (48) 3721-9408; www.editora.ufsc.br.
Diretor executivo – Fábio Lopes: Esta imagem contém um endereço de e-mail. É uma imagem de modo que spam não pode colher. ou (48) 9933-8887.
Rafael José de Menezes Bastos: Esta imagem contém um endereço de e-mail. É uma imagem de modo que spam não pode colher. ou (48) 3234-0438/9933-7776.