Seminário “Conversas Etnográficas: reflexões sobre cura, mediunidade e performance”.

14/10/2022 10:45

O INCT Brasil Plural (Cnpq/FAPESC) e o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UFSC) convidam para o Seminário Conversas Etnográficas: reflexões sobre cura, mediunidade e performance, que acontecerá entre os dias 25, 26 e 27 de outubro de 2022 no Auditório do Bloco E/ CFH/UFSC.

Organizadores: Esther Jean Langdon, Fernando Ciello, Frederico Romanoff, Sabrina del Sarto e Vânia Z. Cardoso

 

CONVERSAS ETNOGRÁFICAS: REFLEXÕES SOBRE CURA, MEDIUNIDADE E PERFORMANCE 

25-27 de outubro de 2022

Auditório de Bloco E
CFH/UFSC

Se deseja assistir solicite o link virtual no email:

 

Abertura: Esther Jean Langdon

 

Performance do (não)visível  – Dia 25/10/22 14-18hs

Resumo: Neste seminário, estendemos o diálogo entre performance e antropologia que atravessa os dois primeiros seminários a outras possíveis articulações.  Vária/os autore/as vêm destacando o potencial de fabulação da antropologia, levando-nos a uma renovada atenção aos afetos, ao jogo de gestos, palavras e histórias, e à composição de sensibilidades implicados tanto no campo etnográfico, quanto em nossas próprias escritas.  É a partir dessas provocações, conjugadas a uma crítica sobre os limites das próprias concepções de “religiosidades” e “espiritualidades”, que aqui nos interessa pôr em diálogo reflexões etnográficas em que entram em cena múltiplas experiências com o tangível e o não-tangível, ou o jogo tenso da própria produção de fronteiras entre o visível e o não-visível, ou ainda em que estejam em relevo as diversas e múltiplas relações entre a presença encorporada de entidades, em suas diversas e contrastantes acepções, e seus aspectos intangíveis.

 

Coordenador: Fernando Ciello

Alberto Groisman – Cosmofobias: notas sobre esta, e outras fobias etnográficas
Bruno Bruno Reinhardt – O dado e o feito na oratória pentecostal
Isabel de Rose – Saberes e fazeres do povo de axé na universidade
Jean Langdon – O Outro Lado e os Cuidados do Território: Uma narrativa sobre a visão xamânica
Vânia Zikan Cardoso – Caminhos do Padê: o acontecer das coisas entre gestos e palavras

Performance, Ayahuasca e Cura – Dia 26/10/22 – 14hs-18hs

Resumo: Este seminário busca acolher trabalhos que versem sobre o tema da cura através das plantas medicinais, notadamente a ayahuasca e o rapé. Nos últimos anos pôde-se testemunhar o avanço da literatura sobre o tema, revelando-nos uma expressividade de trabalhos que contemplam tanto as chamadas manifestações tradicionais de cura, através, por exemplo, do xamanismo ameríndio (Langdon), quanto as novas tecnologias de cura desenvolvida no âmbito das transformações sociais do final do séc. XX, o chamado campo neo-ayahuasqueiro, xamanismo urbano ou ainda nova era (Labate). Levando em consideração a literatura citada e as configurações de cura que elas revelam, este seminário incentiva a apresentação de trabalhos que versem sobre a relação entre performance, plantas medicinais e o processo de cura. Interessa-nos aqui reconhecer as especificidades entre diferentes sistemas etnomédicos e como se dá a sua operacionalização. Diferentemente do que o paradigma biomédico tenta induzir, os parâmetros de cura e doença não parecem ser apenas individuais e biológicos, senão que dependem de processos sociais para se configurarem. Dentro dessa perspectiva, gostaríamos de propor uma conversa a fim de que es participantes do seminários possam falar sobre as suas atuais pesquisas em andamento que dialoguem com o processo de cura através de plantas medicinais. Focando a sua apresentação em como se configura esse processo dentro do seu campo de pesquisa, qual a relação ou diferenças com o paradigma biomédico e quais fundamentos fenomenológicos poderiam ser levantados para entender a configuração dos sistemas etnomédicos não-ocidentais (tradicionais ou alternativos) abordados. Valoriza-se ainda a apresentação de elementos de pesquisa que tratem da relação entre o processo de cura com determinados elementos do campo de pesquisa, tais como a arte, o canto, os artefatos, a dança, a performance, entre outros.

 

Coordenador: Esther Jean Langdon

Luis Eduardo Luna – Reflexões sobre o conceito de plantas mestres e o animismo amazónico
Frederico Romanoff – O processo de cura na Arca da Montanha Azul: relação entre substâncias, performance e comunidade
Michael Winkelman – Terapias com Ayahuasca em Perspectivas Comparativas: Efeitos Tecnologicos e Biológicos

Marcelo Mercante – Imaginação e performance: o uso da ayahuasca no tratamento da dependência

Religião, espiritismo, saúde mental e etnografia – Dia 27/10/22 – 14hs-18hs

Resumo: Neste seminário, buscamos reunir reflexões que abordem práticas, religiosidades e discursos no campo da saúde e da saúde mental. A proposta comporta, de certa maneira, abordagens das práticas de autoatenção, instituições de saúde, cuidado, itinerários, espiritualidade, terapias alternativas, cura, performance e encarnação, emaranhados na Antropologia da Saúde, na Psiquiatria Trans/Cultural, na Teoria Ritual e na Antropologia da Religião. Visamos um amplo diálogo sobre as diversas e interdisciplinares práticas de saúde, uma vez que vemos como indispensável, para a compreensão antropológica das múltiplas experiências, o estudo da saúde mental e das práticas de cuidado nesta área. Interessa-nos, principalmente, experiências etnográficas que versem sobre essas temáticas e dialoguem com fragmentos de processos subjetivos.

Coordenador: Vania Z. Cardoso

Sabrina del Sarto – Escassez das Múltiplas Possibilidades Cotidianas e as Raras Resistências Veladas: Reflexões de uma Etnografia de Hospital
Fernando Ciello – (Não-)lugares do espírito: antropologia dos desencontros entre tratamento psiquiátrico e espiritismo
Helmar Kurz – As Politica e Estética de Cuidado: Aflição crônica e a cura espiritual no Kardecismo brasileiro.

Encerramento: Esther Jean Langdon e Vania Z. Cardoso

 

Tags: eventonoticia

Novo livro da Coleção Brasil Plural: Ukusse: formas de conhecimento nas artes do diálogo tukano

09/06/2022 10:42

Partindo de uma etnografia em casa, o autor apresenta no livro a matriz dos conhecimentos excepcionais tukano, que se condensa em Ukusse, um conceito-raiz para o entendimento das formas de conhecimento tukano como arte do diálogo. Ao elaborar essa arte tanto como objeto quanto como método de pesquisa, o livro oferece uma contribuição inovadora para o modo de fazer antropologia indígena no noroeste amazônico. A complexidade do saber tukano é, ademais, projetada sobre a dinâmica de uma região, onde tudo e todos estão num processo de transformação contínua, e o mesmo tema, a mesma causa e as mesmas ideias convergem na diversidade da prática da arte do diálogo.

O Ciclo de Conferências da disciplina Estudos Sobre o Patrimônio Cultural e Museus tem como convidado o professor Rafael de Oliveira Rodrigues

18/05/2020 15:31

O Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFPB terá como convidado para o Ciclo de Conferências da disciplina Estudos Sobre o Patrimônio Cultural e Museus o prof. Rafael de Oliveira Rodrigues (Doutor em Antropologia Social pela UFSC, professor do programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Alagoas-UFAL, membro do Núcleo de Dinâmicas Urbanas e Patrimônio Cultural-NAUI/UFSC e pesquisador do IBP). No evento, que vai ocorrer no dia 21/05/2020, às 10:00, serão tratados temas referentes aos diferentes projetos de escrita museológica, objetos etnográficos nos museus e o impacto da Covid-19 nas exposições museográficas. As informações sobre a inscrição também constam no folder.

Tags: Covid-19Museologia

Livro: Critical Medical Anthropology: Perspectives in and from Latin America (2020)

29/04/2020 15:29

Esta publicação internacional da Rede de Saúde: Práticas Locais, Experiências e Políticas Públicas, inclui o artigo “Anthropological engagement and interdisciplinary research: The critical approach in indigenous health in Brazil” escrito pelas professoras Esther Jean Langdon e Eliana E. Diehl.

O livro completo em meio eletrônico está disponível gratuitamente em:

https://www.uclpress.co.uk/products/124706

 

CARTA DE DENÚNCIA DO POVO TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA CONTRA O MINISTRO DA JUSTIÇA

28/01/2020 16:19

O INCT Brasil Plural tem apoiado pesquisas e outras atividades acadêmicas com populações indígenas, inclusive  junto aos Tupinambá de Olivença, por isso o Instituto divulga e apoia sua manifestação:

CARTA DE DENÚNCIA DO POVO INDÍGENA TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA CONTRA O EX-JUIZ MINISTRO DA JUSTIÇA (SERGIO MORO), QUE  VIOLOU ATÉ O JUDICIÁRIO

Nós, Caciques da nação indígena Tupinambá de Olivença localizados nos municípios de Ilhéus, Una, Buerarema e São José da Vitória, no sul do Estado da Bahia, vimos através desta carta, DENUNCIAR a toda a sociedade brasileira e as autoridades nacionais e internacionais sobre a violação de todos os direitos constitucionais dos povos indígenas, ​praticado pelo ex-juiz e atual Ministro da Justiça (Sérgio Moro). Nessa violação está o direito à vida e a demarcação do nosso Território Indígena Tupinambá de Olivença, o ministro decretou o fim da existência do nosso povo, que no dia 30 de dezembro de 2019, sob o oficio de nº 2740/2019/SE/MJ, numa atitude arbitrária, mandou de volta para a FUNAI o relatório circunstanciado de demarcação do nosso território para adequar ao Marco Temporal. O mesmo relatório já foi inúmeras vezes julgado pelo judiciário brasileiro em favor da demarcação imediata do nosso Território. Em 2016, o relatório foi julgado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), que por unanimidade 10×0 julgou em favor da demarcação e enviado por Telegrama eletrônico em caráter de urgência ao Ministério da Justiça para que o ministro assinasse a portaria declaratória de demarcação. Não há nenhum impedimento jurídico que impeça a demarcação imediata. Repudiamos, essa atitude do ex-juiz ministro Sergio Moro que vai de contra a decisão da segunda maior instância do judiciário brasileiro. Nós índios Tupinambá sempre existimos dentro deste Território desde a antiguidade, o qual nunca abandonamos, é um território tradicionalmente ocupado e auto demarcado por nós, onde enfrentamos todas as guerras e todo os tipos de humilhações, depois de termos que provar mais de mil vezes judicialmente para um ex-juiz recuar das decisões, violar e não admitir nossos direitos constitucionais, essa é nossa indignação maior. Ele decretou o fim da nação mais antiga deste país, pois seu desejo é nos extinguir, mas, para isso, ele terá que matar toda nação Tupinambá, porque ninguém pode expulsar o Tupinambá de seu território, os fazendeiros vieram de fora, nós não, resistimos cada golpe desde a invasão desse país, por isso continuamos existindo.

Alto lá! Esta terra tem dono!! Esse Território é da nação Tupinambá!!!
Não seremos extintos!!!

PELA DEMARCAÇÃO IMEDIATA DO NOSSO TERRITÓRIO TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA

Olivença, 26 de janeiro de 2020.

Seminario de Antropología de la Salud, na PUCP, tem palestra da professora Esther Jean Langdon

04/11/2019 12:06

Entre os dias 6 e 8 de novembro acontece o Seminário de Antropologia de la Salud, na Pontificia Universidad Católica del Perú. Os doutorandos do PPGAS-UFSC, Helen Pinedo e Julio Portocarrero farão a palestra “Salud indígena, intermedicalidad y Salud Pública en la Amazonia”. A professora Esther Jean Langdon, coordenadora do IBP, será comentadora convidada no evento.

 

Pesquisa sobre a arte da espada, uma tradição japonesa, em Santa Catarina

01/11/2019 13:03

No platô de Santa Catarina, existe a Academia de Práticas Kendo Kendo BunBuKan, mantida por descendentes de imigrantes japoneses que se estabeleceram na região em 1964. A colônia de Frei Rogério mantém práticas artísticas e culturais como forma de manter a identidade cultural do país da origem.

Este projeto de pesquisa, coordenado por Daniel Granada, tem como objetivo utilizar a arte e os meios de divulgação e comunicação para disseminar a cultura do território, valorizando as raízes e lembrando as identidades culturais do Planalto Serrano Catarinense, visando à valorização das identidades regionais e ao resgate histórico da identidade social da região, com vistas à construção de um futuro mais inclusivo e tolerante.

Veja a página do projeto: http://idents.paginas.ufsc.br

Fotografias de objetos Ticuna da coleção etnográfica de Spix e Martius chega ao Museu Magüta, o museu do Povo Ticuna

10/09/2019 11:55

Em meados de julho de 2019, Silvana Teixeira, doutoranda do PPGAS/UFAM, sob orientação da Profa. Dra. Deise Lucy O. Montardo, pesquisadora do Instituto Brasil Plural e do grupo de pesquisa Maraca, retorna ao Museu Magüta, o museu do Povo Ticuna, na cidade de Benjamin Constant, para compartilhar com os indígenas deste museu os resultados de sua pesquisa sobre objetos Ticuna realizada na Coleção Spix & Martius, do Museum Fünf Kontinente – MFK, de Munique, e em outros museus da Europa. O levantamento dos objetos aconteceu durante o seu doutorado-sanduíche, na Ludwig-Maximilian Universität – LMU, em Munique, Alemanha, no período de março de 2018 a junho de 2019, sob orientação do Prof. Dr. Wolfgang Kapfhammer. O trabalho de pesquisa desenvolvido no Museum Fünf Kontinente propiciou o acesso a essas peças e trouxe à luz o conhecimento sobre os objetos coletados nas comunidades indígenas Ticunas há 200 (duzentos) anos.
No ano de 1817, Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, muda-se para o Brasil por ocasião das núpcias contraídas com D. Pedro de Alcântara, que mais tarde se tornaria o primeiro imperador do Brasil. Acompanhava Leopoldina uma expedição científica composta por ilustres estudiosos do reino da Áustria, como o taxidermista Johann Natterer responsável pelo setor de zoologia. Do reino da Baviera foram enviados pelo rei Maximilian José, os zoólogos e médicos de formação Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Phillip von Martius. Nos anos de 1817 a 1820, Spix e Martius empreenderam viagem pelo interior do Brasil coletando amostras e reunindo informações sobre a fauna, flora, o clima, os povos nativos, os minérios e tudo o que considerassem relevante para os estudos científicos e de viabilidade econômica para a época. Em 1819, Spix e Martius chegam a Belém no Pará e, de lá, partem em viagem pelo Rio Amazonas. Enquanto Martius, uma vez na região de Tefé, decidiu navegar pelo rio Japurá, Spix seguiu viagem pelo Solimões, no dia 7 de dezembro de 1819, e chegou a Tabatinga a 9 de janeiro de 1820. Retornou à região de Manaus em 3 de fevereiro desse mesmo ano. Spix esteve na região de São Paulo de Olivença, onde coletou máscaras e outros objetos utilizados no ritual da “moça nova”, o rito de iniciação feminina que ainda hoje segue sendo realizado pelo Povo Ticuna.As máscaras coletadas por Spix entre os Ticuna e as máscaras adquiridas com os Juri-Taboca no Rio Japurá, por Martius, possuíam grandes semelhanças e passaram para a história em uma litogravura na qual participavam juntas de um ritual dos Ticuna. A coleção Spix e Martius de objetos dessas etnias conta com 92 peças, sendo 58 ainda existentes e 34 apenas constando em catálogo. Das 58 peças existentes, verificamos 45, sendo 23 da etnia Ticuna e 22 dos Juri-Taboca.
Uma publicização contextualizada foi a escolha para compartilhar com os indígenas no Museu Magüta as informações do que existe sobre os mais antigos objetos Ticuna e onde estes objetos estão localizados. O intuito é que os indígenas se apropriem dessas informações para uso em suas próprias pesquisas. Utilizamos a fotografia como um meio de aproximação dos objetos que estão nos museus etnológicos. Anka Krämer, responsável pelo arquivo de fotografias do Museu Fünf Kontinente, doou um conjunto de 20 fotografias impressas em alta qualidade para que pudessem ser expostas no Museu Magüta. Além destas, foram doadas 40 fotografias dos arquivos do MFK e informações sobre os acervos, bem como fornecido o contato dos curadores dos museus que fizeram parte desta pesquisa.
A apresentação das fotografias em Benjamin Constant, em julho último, movimentou a comunidade indígena Ticuna e a demanda por informações foi tão intensa que o Museu Magüta preparou uma pequena exposição com as fotografias e promoveu duas Rodas de Conversa entituladas, objetos Ticuna em museus etnológicos da Europa. Nessas conversas, foram apresentadas à comunidade indígena Ticuna informações sobre os objetos expostos nas fotografias. A primeira Roda de Conversa foi para convidados da diretoria do Museu e a segunda, para os professores da escola indígena da Comunidade
de Filadélfia. À convite da Prof. Msc. Maria Francisca Nunes de Souza, do Instituto Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas INC/UFAM, fizemos uma terceira roda de conversa com o título Projetos de colaboração, museus e comunidades de Povos originários, para 43 alunos dos cursos de Artes Visuais e de Pedagogia (Programa PARFOR) compostos em maioria por alunos indígenas, visando difundir as possibilidades de pesquisa que esse material pode oferecer.
As pesquisas realizadas nos acervos dos museus etnológicos de Munique, Berlim, Viena e Basel só foram possíveis devido à mediação realizada pelo Prof. Dr. Wolfgang Kapfhammer, idealizador do convênio firmado entre o Instituto de Etnologia da LudwigMaximiliam Universität – LMU, em Munique, Alemanha, e o Programa de PósGraduação em Antropologia Social – PPGAS/UFAM.


Montagem das fotografias por artesãs ticuna

MANIFESTO DOS COORDENADORES DOS INSTITUTOS NACIONAIS DE CIÊNCIA TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (INCT) EM DEFESA DA CT&I E DAS AGÊNCIAS

05/09/2019 17:04

A CAPES e o CNPq foram criados em 1951 com missões específicas. O CNPq é responsável por  fomentar  a  Ciência,  a  Tecnologia  e  a  Inovação,  e  atuar  na  formulação  de  suas  políticas, contribuindo para o avanço das fronteiras do conhecimento, o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional. A CAPES, por outro lado, tem a missão de “assegurar a existência de pessoal especializado  em  quantidade  e  qualidade  suficientes  para  atender  às  necessidades  dos empreendimentos  públicos  e  privados  que  visam  ao  desenvolvimento  do  país”.  Na  década seguinte foi criada a FINEP com a missão de promover o desenvolvimento econômico e social do  Brasil  por  meio  do  fomento  público  à  Ciência,  Tecnologia  e  Inovação  em  empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas. As  missões  do  CNPq,  CAPES  e  FINEP  são  distintas  e  complementares,  pois  o  CNPq  atua prioritariamente no apoio aos pesquisadores individualmente em todos os níveis e aos estudantes de ensino médio e de graduação – através dos exitosos programa de iniciação científica – e pós-graduação. A CAPES é prioritariamente focada no apoio às pós-graduações das Instituições de Ensino Superior, enquanto a FINEP apoia projetos de infraestrutura e grandes equipamentos em Instituições de Ciência e Tecnologia, públicas e privadas, bem como a inovação em empresas. Em resumo, a manutenção do CNPq, CAPES e FINEP cumprindo as suas respectivas missões é fundamental para o desenvolvimento Educacional, Científico e Tecnológico do Brasil.

Em  2008  o  CNPq  liderou  a  criação  de  uma  iniciativa  abrangente,  os  Institutos  Nacionais  de Ciência  e  Tecnologia,  em  alinhamento  com  as  Áreas  Estratégicas  da  Política  Nacional  de Ciência  Tecnologia  e  Inovação  com  a  participação  direta  da  CAPES  e  em  parceria  com  as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa e a FINEP, gestora do FNDCT. Naquela época o Programa INCT envolveu 125 projetos distribuídos em todas as regiões do País. Dele participam 6.794 pesquisadores e 1.937 instituições associadas a pesquisas em temas de fronteira. A  produção  científica  dos  INCTs  revelou-se  expressiva,  totalizando  70.389  registros,  entre  livros (905), capítulos de livros (4.255), artigos publicados em periódicos nacionais indexados (7.995),  artigos  publicados  em  periódicos  internacionais  indexados  (26.215),  trabalhos apresentados  em  congressos  nacionais  (21.043),  trabalhos  apresentados  em  congressos internacionais  (14.261),  softwares  (242),  produtos  (1.845),  processos  (130)  e    produções artísticas (88) Outro impacto bastante relevante é a cooperação nacional. Foram realizadas 454 parcerias  com  outros  INCTs,  167  acordos  com  instituições  nacionais;  além  disso,  263 laboratórios  nacionais  estão  associados  aos  INCTs.  Por  outro  lado,  foram  celebrados  pelos INCTs 787 acordos de  cooperação internacional, houve a  participação  de 1.318 pesquisadores estrangeiros nas pesquisas, 139 empresas e 376 laboratórios internacionais. Com  relação  à  propriedade  intelectual,  foram  registrados  578  depósitos  de  patentes,  265 concessões  e  12  já  comercializadas.    Na  cadeia  de  inovação  destaca-se  a  geração  de conhecimentos com  potencial  aplicação tecnológica,  sendo 63  provas de  conceito, 54  projetos piloto, 38 escalonamentos além da bancada, 51 ações em desenvolvimento final de processo ou produto, dentre outros.  O impacto envolvendo a formação de recursos humanos e a transferência de conhecimento pode ser  dimensionado  com  a  criação  de  566  disciplinas  em  79  programas  de  pós-graduação  a realização de 1.568 eventos científicos, as 111 parcerias estabelecidas com órgãos estaduais de educação  e  as  4.232  iniciativas  de  divulgação,  envolvendo  vídeos,  jornais,  cursos,  palestras, cartilhas etc. Sem dúvida, uma iniciativa de grande sucesso!!!

A segunda fase dos INCTs foi formalizada em 2016, com liberação de recursos em dezembro de 2016. Atualmente, são 102 INCTs com presença em todas as regiões do País atuando em áreas altamente estratégicas tais como: Saúde, Ecologia e Meio Ambiente, Ciências Exatas e Naturais, Ciências  Humanas  e  Sociais,  Ciências  Agrárias,  Engenharia  e  Tecnologia  da  Informação, Energia e Nanotecnologia. Nesse sentido, os Coordenadores dos INCTs manifestam-se pela restauração do orçamento, pela eliminação do  contingenciamento de recursos  e  pela  preservação do  CNPq, CAPES  e FINEP, instituições que, no âmbito federal, foram responsáveis pela consolidação da Pós-Graduação e pelo  desenvolvimento  cientifico  e  tecnológico  que  levaram  o  Brasil  à  posição  de destaque  no cenário mundial de CT&I. A fusão ou a extinção de Agências representará uma ação temerária, irreversível e um sério prejuízo para o desenvolvimento da nossa nação.  Em defesa da C,T&I no Brasil!

Assinam o Manifesto os Coordenadores dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia:

Adalberto Val, INCT Adapta Afonso Luis Barth, INCT – INPRA; Alvaro Toubes Prata, INCT-Refrigeração e Termofísica; Amauri Alcindo Alfieri, INCT – Leite Anderson Gomes, INCT Fotônica; Antonio Carlos Campos de Carvalho – INCT-REGENERA; Antonio Martins Figueiredo Neto, INCT de Fluidos Complexos; Augusto Cesar Alves Sampaio, INCT de Engenharia de Software (INES); Belita Koiller, INCT de Informação Quantica; Carlos Morel, INCT-IDPN; Celio Pasquini, INCTAA – INCT de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas; Charbel El-Hani, INCT IN-TREE; Carisi A Polanczyk, INCT para Avaliação de Tecnologias em Saúde; Deisy de Souza, INCT-ECCE; Diogo Souza – INCT Doenças Cerebrais, Excitotoxicidade e Neuroproteção; Edgar Carvalho, INCT-DT (Doenças Tropicais); Elibio Leopoldo Rech Filho, INCT Biologia Sintética; Eliezer J. Barreiro, INCT INOFAR; Esther Jean Langdon, INCT Brasil Plural; Euripedes Constantino Miguel, INCT de Psiquiatria do Desenvolvimento (INPD); Evaldo Mendonça Fleury Curado, INCT-SC; Fabio Kon, INCT da Internet do Futuro para Cidades Inteligentes; Fernando Galembeck, INCT Inomat; Fernando José Gomes Landgraf, INCT Terras Raras; Fernando Lázaro Freire Junior, INCT Engenharia de Superfícies; Helio Leães Hey, INCT Geração Distribuída de Energia Elétrica; Henrique Krieger, INCT sobre Epidemiologia da Amazonia; Hernandes F Carvalho, INCT-INFABiC; Hugo Gallardo, INCT Catálise em Sistemas Nanoestruturados; Jailson Bittencourt de Andrade, INCT de Energia e Ambiente; Jaime Eduardo Cecilio Hallak, INCT de Translacional em Medicina; Jefferson Cardia Simões, INCT da Criosfera; Jerson Silva, INCT de Biologia Estrutural e Bioimagem; José Alexandre Felizola Diniz Filho, INCT Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade; João B. Calixto, INCT-INOVAMED; José Krieger, INCT-MACC; José Luiz Rezende Pereira, INCT de Energia Elétrica – INERGE; José Marengo, INCT Mudanças Climáticas Fase 2; José Maria Landim Dominguez, INCT AmbTropi; José Roberto Postali Parra, de Semioquímicos na Agricultura; Jorge Elias Kalil Filho, INCT de Investigação em Imunologia; Lauro Tatsuo Kubota, INCT de Bioanalítica; Leonardo Avritzer, INCT- da Democracia e da Democratização da Comunicação; Luisa Massarani, INCT de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia; Luiz Goulart, INCT-Teranano; Luiz Nicolaci da Costa, Coordenador INCT do e-Universo; Luisa Massarani, INCT de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia; Marcel Bursztyn, INCT Observatório das Dinâmicas Socioambientais; Márcia Maria Menendes Motta INCT História Social das Propriedades e Direito de Acesso; Marco Henrique Terra, INCT – Sistemas Autônomos Cooperativos; Marcos Buckeridge, INCT do Bioetanol; Marcos Pimenta, INCT Nanomateriais de Carbono; Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva, INCT-CBIPF; Maria Fatima Grossi de Sá, INCT – Plant Stress Biotech; Maria Valnice Boldrin, INCT-DATREM; Mariangela Hungria – INCT- (MPCPAgro); Mario José Abdalla Saad, INCT Obesidade e diabetes; Maria Vitória Lopes Badra Bentley – INCT Nanofarma; Mário Lúcio Vilela de Resende, INCT do Café; Mauro Teixeira, INCT em Dengue; Mayana Zatz, INCT Envelhecimento e Doenças; Milton Porsani, INCT de Geofísica do Petróleo; Niro Higuchi, INCT – Madeiras da Amazônia; Otavio Franco, INCT Bioinspir; Paulo Arruda – INCT- Centro de Química Medicinal de Acesso Aberto; Paulo Teixeira de Sousa Júnior, INCT-Áreas Úmidas; Pedro Lagerblad de Oliveira, INCT Entomologia Molecular; Poli Mara Spritzer, INCT em Hormônios e Saúde da Mulher; Reinhardt Fuck, INCT Estudos Tectônicos; Renato Boschi, INCT PPED; Ricardo Gazzinelli, INCT-Vacinas; Roberto Esser dos Reis, INCT Forense; Roberto Giugliani, INCT -INAGEMP; Roberto Kant de Lima, INCT – InEAC; Roberto Lent, O INNT – Neurociência Translacional; Roberto Mendonça Farias, NCT de Eletrônica Orgânica; Rochel Montero Lago, INCT; Midas Sebastião C. Velasco e Cruz, INCT Ineu, Estudos sobre os Estados Unidos; Sebastião Valadares, INCT de Ciência Animal; Sergio de Azevedo, INCT Observatório das Metrópoles; Takeshi Kodama, INCT-FNA, Física Nuclear e Aplicações; Vanderlan Bolzani, INCT BioNat; Vanderlei S. Bagnato – INCT em Óptica Básica e aplicada as ciências da vida; Vilma Regina Martins, INCT de Oncogenômica e Inovação Terapêutica; Wagner Farid Gattaz, INCT de Biomarcadores em Neuropsiquiatria (INBioN); Wilson Gomes, INCT de Ciência & Tecnologia em Democracia Digital; Wilson Savino, INCT de Neuroimunomodulação.

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